10.12.11

Musicário #2 :: Eddie no Studio RJ

Por Ana Schlimovich

A noite era como vem sendo as últimas noites cariocas, nem frias nem quentes. Raridade, esse clima nessa época do ano. Enquanto o Verão se demora em chegar na cidade dos 40 graus, a banda Eddie traz seu próprio "Veraneio".

O nome do disco que os pernambucanos lançaram Sábado, 3 de dezembro, no Studio RJ, não podia cair em melhor momento. Eu que cheguei dois minutos tarde, quando entrei no salão triangular do Studio, o Veraneio já tinha começado, justamente com a música que da nome ao disco. O bom de ser fotógrafa é que pode atravessar sem culpa a platéia inteira até chegar na frente do palco. A câmera, a estatura e o sorriso abrem meu caminho até ficar "servida a brisa do mar", como diz a letra do Trummer, vocalista da banda e criador de oito das onze faixas do novo álbum.
 
Logo depois veio a famosa "Bairro Novo", primeira música do Carnaval no Inferno, para botar a galera para cantar, porque a dançar a galera já tinha começado. É regra: show do Eddie é festa, e é família (como diz o botocarioca), porque sempre tem aquele público que segue a banda para onde ela for. Família sabe que a noite com Eddie vai ser no mínimo divertida, dançante e com esse astral registrado Olinda Style. Eles são tão do bem, que até pediram aplausos e dedicaram uma música para os meninos do Mombojó, que essa mesma noite estavam se apresentando no Circo Voador. 

Há um bairro chamado Maranguape no Rio? Sempre tem um Maranguape... Dizia o Fabio, e mesmo o Rio não tendo, a música do Metropolitano -o terceiro disco, gravado em 2005- foi uma das mais dançantes, junto com "Desequilíbrio" e "Pode me chamar", clássicos familiares. Também tivemos um momento com a música mais romântica do novo CD, "Ela vai dançar", com um backing vocals lindo de todos os integrantes da banda: Rob Meira no baixo, Kiko Meira na bateria, Andrét nos teclados, trompete e samples e Alexandre Urêa, na percussão e voz. E falando de backing vocals, bem bom teria sido que a Karina Bhur estivesse no palco fazendo os backing vocals que gravou no reluzente disco.

O Veraneio estava no cume quando entrou a música "Danada", a faixa mais doce do Metropolitano. "Tem muita mulher bonita na platéia, aproveitem para dançar essa música agarradinho, se a gente não estivesse tocando, com certeza estaria ali embaixo dançando", falou o Fabio, e aos poucos o local pareceu retroceder aos tempos dos bailes, quando a noite era orquestrada. Uma delícia essa guitarra dedilhada.

Foi um total de 18 músicas -mais os bis- e ninguém queria deixa-los ir embora. "Essa música a gente compôs aqui na frente, um pouco mais para lá, na praia de Ipanema" lembrou o Trummer antes de encantarmos com o ska "Vida Boa". "A gente tá querendo a vida boa, boa como a vida de outras pessoas. Outras pessoas que também querem uma vida boa, boa como a vida de outras pessoas."

No fim, tivemos que aceitar que já tinham tocado por duas horas, e deixá-los descansar, pois estavam sem dormir, tinham se apresentado a noite anterior em Brasília. Foi o Trummer que comentou, se não, nunca teríamos percebido, para a felizarda platéia a energia do palco estava  100%.




A banda disponibilizou o disco para download gratuito. E para saber mais sobre a gestação do Veraneio, clique aqui. Valeu Eddie!

Veja + fotos dessa noite:


Texto em "português livre". Sugestões e correções, bemvindas!

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